Neurofisiologia da escrita: O que acontece no cérebro humano quando escrevemos?

Auteurs-es

  • Welma Wildes Cunha Coelho Amorim Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
  • Nirvana Ferraz Santos Sampaio Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
  • Cristiane Namiuti Temponi Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
  • Igor Aloísio Garcez Zamilute Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  • Déborah Carvalho Cavalcante Hospital Santo Antonio, Obras Sociais Irmã Dulce (OSID)
  • Vanessa Vieira Ikuta Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

Résumé

A escrita, ao tornar a linguagem oral “visível” e material, é de longe a mais importante invenção da humanidade. Muito além de uma importante conquista cultural, significou uma extraordinária aquisição cognitiva, mas pouco se conhece sobre o que acontece no cérebro humano quando escrevemos. O objetivo deste estudo é realizar uma revisão teórica dos modelos cognitivos e dos substratos neurais relacionados à produção da linguagem escrita. Para isso, iniciou com uma síntese da história da escrita, em sequência, discorreu sobre seu processamento, finalizando com os correlatos neurológicos da escrita. A fim de converter ideias em palavras escritas, os processos centrais da linguagem escrita partem da semântica, ou seja, do conhecimento do significado das palavras. Após, a forma das palavras (no caso da grafia, as letras) é recuperada através das representações lexicais e/ou sublexicais que são, então, transitoriamente armazenadas em um sistema de memória de trabalho chamado de graphemic buffer. Estes processos mais centrais são seguidos por componentes periféricos que envolvem a elaboração de planos de motores específicos para cada modalidade de escrita, como a escrita manual, digitação e a soletração. Embora a localização precisa dos substratos neurais relacionados ao processamento da escrita seja difícil, há evidências de que o giro fusiforme, o giro frontal inferior e algumas áreas dos lobos parietais superior e inferior esquerdo estão relacionados com os componentes centrais e que o giro/sulco frontal superior esquerdo, o giro pré-central, as áreas dos lobos parietais inferior e superior esquerdo e o cerebelo direito estão mais relacionadas com o processamento periférico da escrita. Destarte, a melhor compreensão de como ocorre o processamento da escrita em nosso cérebro pode proporcionar o desenvolvimento de novas abordagens diagnósticas e terapias futuras para os pacientes com agrafias, abrindo novas perspectivas nas áreas da neurolinguística, neuropsicologia clínica, desenvolvimental e intervencionista. Palavras-chave: linguagem, escrita, sistema de escrita, cognição, neurofisiologia.

Bibliographies de l'auteur-e

Welma Wildes Cunha Coelho Amorim, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

Mestre em Linguística, professora do curso de Medicina da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

Nirvana Ferraz Santos Sampaio, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

Doutora em Linguística, professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

Cristiane Namiuti Temponi, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

Doutora em Linguística, professora do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

Igor Aloísio Garcez Zamilute, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Médico residente de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da UNICAMP.

Déborah Carvalho Cavalcante, Hospital Santo Antonio, Obras Sociais Irmã Dulce (OSID)

Médica residente da Pediatria do Hospital Santo Antonio, Obras Sociais Irmã Dulce (OSID).

Vanessa Vieira Ikuta, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)

Estudante do curso de Medicina da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

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Publié-e

2016-04-30

Comment citer

Amorim, W. W. C. C., Sampaio, N. F. S., Temponi, C. N., Zamilute, I. A. G., Cavalcante, D. C., & Ikuta, V. V. (2016). Neurofisiologia da escrita: O que acontece no cérebro humano quando escrevemos?. Neuropsicología Latinoamericana, 8(1). Consulté à l’adresse https://neuropsicolatina.org/index.php/Neuropsicologia_Latinoamericana/article/view/260

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