Acidente vascular cerebral frontal direito na fase crônica: auto e heteroavaliação da impulsividade e da disfunção executiva

Autores

  • Morgana Scheffer Universidade Federal do Rio Grande do SUL-UFRGS
  • Francielli Galli Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS
  • Juliana Jaboinski Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS
  • Lisiane Bizarro Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS
  • Rosa Maria Martins de Almeida Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS

Resumo

Lesões em circuitos frontais do hemisfério direito podem causar prejuízos nas funções executivas (FEs), bem como alterações do humor, tendência a comportamentos perseverativos e impulsivos. A percepção concordante, ou discordante entre pacientes e familiares na acerca destes prejuízos pode trazer consequências para o tratamento. Este estudo teve por objetivo comparar a autoavaliação de pacientes que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC) em circuitos frontais do hemisfério direito com avaliação de familiares próximos quanto à presença de impulsividade e disfunção executiva (DE). A amostra compõe 13 adultos que sofreram AVC com lesão de no mínimo seis meses e idades entre 30 e 79 anos (M = 64,61; DP = 8,21) e seus familiares. Todos responderam ao Questionário Disexecutivo (DEX), à Escala de Impulsividade de Barratt (BIS-11) e à Escala de Avaliação da Impulsividade (ESAVI). A análise de correlação intraclasse indicou não haver concordância entre auto e heteroavaliação nos diferentes instrumentos. A partir do cálculo das diferenças de escores entre pacientes e seus familiares, os casos foram divididos entre os que apresentaram maior concordância e maior discrepância. Tal distribuição foi confirmada pelo algoritmo ALSCAL. Os grupos foram comparados e, tanto a avaliação da DE quanto da impulsividade sugerem diferenças entre percepções de pacientes e familiares nos casos em que houve discrepâncias. As diferenças entre as duplas apontam que familiares avaliaram os pacientes como mais prejudicados do que os próprios pacientes nos escores DEX; BIS (motor; planejamento futuro; total); ESAVI (concentração e persistência; controle cognitivo). O estudo sugere cautela na utilização de medidas de autorrelato e assinala a importância de desenvolver instrumentos de heteroavaliação. Além disso, as discrepâncias encontradas neste estudo sugerem a necessidade de avaliação de quadro de anosognosia. Palavras-chave: Doença vascular cerebral, lobo frontal, avaliação de familiares, hemisfério direito, comportamento.

Biografia do Autor

Morgana Scheffer, Universidade Federal do Rio Grande do SUL-UFRGS

Mestre e Doutoranda em Psicologia pela UFRGS

Francielli Galli, Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS

Mestre e Doutoranda em Psicologia pela UFRGS

Juliana Jaboinski, Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS

Mestre e Doutoranda em Psicologia pela UFRGS

Lisiane Bizarro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS

PhD em Psicologia pelo Institute of Psychiatry Kings College London. Professora associada do Instituto de Psicologia da UFRGS.

Rosa Maria Martins de Almeida, Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS

PhD em psiconeurofarmacologia. pela Tufts University. Professora adjunta da UFRGS

Publicado

2015-08-31

Como Citar

Scheffer, M., Galli, F., Jaboinski, J., Bizarro, L., & de Almeida, R. M. M. (2015). Acidente vascular cerebral frontal direito na fase crônica: auto e heteroavaliação da impulsividade e da disfunção executiva. Neuropsicologia Latinoamericana, 7(2). Recuperado de https://neuropsicolatina.org/index.php/Neuropsicologia_Latinoamericana/article/view/249

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