Impacto do uso de Crack nas funções executivas: uma revisão sistemática

Autores

  • Adriana Raquel Binsfeld Hess Departamento de Psicologia, Laboratório de Neurociências e Comportamento (LPNeC), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
  • Raquel Albea da Silva Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  • Rosa Maria Martins de Almeida UFRGS

Resumo

Estudos neuropsicológicos sugerem que dependentes químicos de cocaína/crack tendem a apresentar alterações cognitivas, principalmente, nas funções mnemônicas, atencionais e executivas, relacionando o uso de crack a prejuízos nestas funções. Tais prejuízos podem impactar em diversos âmbitos da vida do usuário, especialmente na adesão ao tratamento e, consequentemente, em sua reabilitação. Com o intuito de compreender melhor o impacto do uso de crack nas funções executivas o presente artigo apresenta uma revisão sistemática de literatura sobre a avaliação neuropsicológica das funções executivas em usuários de crack. Foi realizado um levantamento dos artigos indexados nas bases de dados Lilacs, Medline, PsycInfo, Pubmed, Scielo e Web of Science no período de 2004 a 2017. No total foram aceitos 14 artigos que preencheram os critérios e foram apresentados e discutidos. Os achados mostraram que existe uma variabilidade entre os testes utilizados, sendo os mais comumente selecionados o Trail Making Test, o teste Stroop, Dígitos, o Teste Wisconsin de Classificação de Cartas e o Iowa Gambling Task. Os estudos revisados sugerem, em sua maioria, uma associação entre o uso do crack e a disfunção executiva. A compreensão do funcionamento executivo de usuários de crack é socialmente relevante, tendo importante impacto na elaboração de programas de tratamento e de reabilitação. O presente estudo de revisão aponta a necessidade de novas pesquisas empíricas, que possuam grupos de comparação com um número maior de participantes, tornando os achados mais representativos e fidedignos da população investigada, ampliando, assim, a compreensão da relação entre funcionamento executivo e a dependência química. Palavras-chave: Avaliação neuropsicológica, Crack, drogas, funções executivas, neuropsicologia.

Biografia do Autor

Rosa Maria Martins de Almeida, UFRGS

Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1990), mestrado (1990-1992) e doutorado em Fisiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1992-1997) e pós-doutorado na Tufts University (Boston, USA, 1999-2002) na área de neuropsicofarmacologia. Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Coordenadora do Núcleo de Pesquisa Translacional em Adição e o Núcleo de Pesquisa em Neurociência Clínica. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Experimental e Psicologia Clínica (neuropsicologia) atuando, principalmente, nos seguintes temas:funções executivas, comportamento agressivo e violento, impulsividade, controle inibitório, ansiedade (estados emocionais), estresse, cortisol, serotonina, GABA e uso de drogas (álcool, cocaína e crack). Trabalha com modelos clínicos e pré-clínicos. Orienta alunos de Pós-Graduação do Programa Psicologia (nota 7), Psiquiatria (nota 7) e Neurociências da UFRGS (nota 5). Faz parte da Diretoria da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC) gestão 2014-2017 e da Diretoria do Instituto Brasileiro de Neuropsicologia e Comportamento (IBNeC) gestão 2015-2017. Coordenadora da Área de Educaçâo e Psicologia da FAPERGS (2015-2018). E, Vice-Coordenadora do GT de Psicobiologia, Neurociência e Comportamento (2016-2018) da Associação Nacional de Pesquisa em Pós-Graduação (ANPEPP). Bolsista de Produtividade PQ2 (2010-2012) e PQ 1D (2013-2015) do CNPq.

Publicado

2017-12-30

Como Citar

Hess, A. R. B., da Silva, R. A., & de Almeida, R. M. M. (2017). Impacto do uso de Crack nas funções executivas: uma revisão sistemática. Neuropsicologia Latinoamericana, 9(3). Recuperado de https://neuropsicolatina.org/index.php/Neuropsicologia_Latinoamericana/article/view/342

Edição

Seção

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