Fidedignidade, validade interna e normatização dos testes de reconhecimento de palavras e de pseudopalavras
Teste de palavras e pseudopalavras
Resumo
A presente pesquisa objetivou prover as fontes de evidências psicométricas para o ‘Teste de Reconhecimento de Palavras’ e o ‘Teste de Reconhecimento de Pseudopalavras’ no que concerne a: (a) fidedignidade; (b) validade da estrutura interna; e (c) normatização. Participaram 598 alunos, 52% do sexo masculino, do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental, de 7 a 11 anos, estratificados em 102 salas de aula de oito escolas estaduais. Os escores de ambos os instrumentos são dados em Acurácia (porcentagens de palavras lidas corretamente) e Taxa de Acurácia (número de palavras lidas corretamente por minuto). Como evidência de fidedignidade, houve consistência interna alta e equivalência entre as duas metades e as formas paralelas. Validade da Estrutura Interna foi verificada com o efeito de escolaridade, com a variável Taxa de Acurácia apresentado melhores índices psicométricos do que a Acurácia, com curva de distribuição normal e sem sobreposição dos Intervalos de Confiança entre os anos escolares. Concluiu-se que o Teste de Reconhecimento de Palavras e o Teste de Reconhecimento de Pseudopalavras demonstraram evidências psicométricas satisfatórias de fidedignidade e validade interna, o que sustenta o estabelecimento de normas padronizadas para o 2º ao 5º ano escolar.
Referências
Anunciação, L., Portugal, A. C. A., Rabelo, I., Cruz, R., & Landeira-Fernandez J. (2020). Propriedades psicométricas de instrumento de Memória Visual de Curto Prazo (MEMORE). Neuropsicologia Latinoamericana, 12(2), 44-58. https://www.neuropsicolatina.org/index.php/Neuropsicologia_Latinoamericana/article/view/545
APA (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders: DSM-5 (5th ed.). American Psychiatric Association.
Carreiras, M., Mechelli, A., & Price, C. J. (2006). Effect of word and syllable frequency on activation during lexical decision and reading aloud. Hum Brain Mapp, 27(12), 963-972. https://doi.org/10.1002/hbm.20236
Cogo-Moreira, H., Ploubidis, G., De Avila, C., Mari, J., & Pinheiro, A. M. V. (2012). EACOL (Scale of Evaluation of Reading Competency by the Teacher): Evidence of concurrent and discriminant validity. Neuropsychiatric Diseases and Treatment, 8(1), 443–454. https://doi.org/10.2147/NDT.S36196
Coltheart, M., Rastle, K., Perry, C., Langdon, R., & Ziegler, J. (2001). DRC: a dual route cascaded model of visual word recognition and reading aloud. Psychological Review, 108(1), 204–256. https://doi.org/10.1037/0033-295X.108.1.204
de Jong, P. F., & van der Leij, A. (2003). Developmental changes in the manifestation of a phonological deficit in dyslexic children learning to read a regular orthography. Journal of Educational Psychology, 95(1), 22–40. https://doi.org/10.1037/0022-0663.95.1.22
Duncan, L. G., Castro, S. L., Defior, S., Seymour, P. H., Baillie, S., Leybaert, J., Mousty, P., Genard, N., Sarris, M., Porpodas, C. D., Lund, R., Sigurðsson, B., Þráinsdóttir, A. S., Sucena, A., & Serrano, F. (2013). Phonological development in relation to native language and literacy: variations on a theme in six alphabetic orthographies. Cognition, 127(3), 398-419. http://dx.doi.org/10.1016/j.cognition.2013.02.009
Forster, K. I., & Chambers, S. M. (1973). Lexical access and naming time. Journal of Verbal Learning and Verbal Behavior, 12(6), 627-635. https://doi.org/10.1016/S0022-5371(73)80042-8
Fuchs, L. S., Fuchs, D., Hosp, M. K., & Jenkins, J. R. (2001). Oral reading fluency as an indicator of reading competence: a theoretical, empirical, and historical analysis. Scientific Studies of Reading, 5(3), 239–256. https://dx.doi.org/10.1207/S1532799XSSR0503_3
Marinelli, C. V., Romani, C., Burani, C., McGowan, V. A., & Zoccolotti, P. (2016). Costs and benefits of orthographic inconsistency in reading: evidence from a cross-linguistic comparison. PLoS One, 11(6), e0157457. https://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0157457
Ministério da Saúde (2013). Conselho Nacional de Saúde. Resolução 466, de 12 de dezembro de 2012. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União [da] República Federativa do Brasil, 150 (112 seção 1), 59-62.
Paap, K. R., & Noel, R. W. (1991). Dual route models of print to sound: Still a good horse race. Psychological Research, 53(1), 13-24. https://doi.org/10.1007/BF00867328
Perfetti, C. A., Landi, N., & Oakhill, J. (2005). The Acquisition of Reading Comprehension Skill. In M. J. Snowling & C. Hulme (Eds.), Blackwell handbooks of developmental psychology. The science of reading: A handbook (p. 227–247). Blackwell Publishing. http://dx.doi.org/10.1002/9780470757642.ch13
Pinheiro, Â. M. V. (1995). Reading and spelling development in Brazilian Portuguese. Reading & Writing, 7(1), 111-138. https://doi.org/10.1007/BF01026950
Pinheiro, Â. M. V. (1999). Cognitive assessment of competent and impaired reading in Scottish and Brazilian children. Reading & Writing, 11, 175-211. https://doi.org/10.1023/A:1007914412313
Pinheiro, Â. M. V. (2011). Transparência ortográfica e o efeito de retroalimentação fonológico grafêmica: implicações para a construção de provas de reconhecimento de palavras. In L. M. Alves, R. Mousinho, & S. A. Capellini (Eds.). Dislexia: Novos temas, novas perspectivas (pp. 131–146). Wak.
Pinheiro, Â. M. V. (2013). Prova de Leitura e de Escrita de palavras e de pseudopalavras. Relatório Técnico Final aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG. Número do processo: APQ-01914-09.
Pinheiro, Â. M. V. (2015). Frequency of Occurrence of Words in Textbooks Exposed to Brazilian children in the Early Years of Elementary School. Updated database from 1996. CHILDES – Child Language Data Exchange System. http://childes.talkbank.org/derived
Pinheiro, Â. M. V., & Vilhena, D. A. (2022). Teste de reconhecimento de palavras e pseudopalavras: validades de conteúdo e externa. Signo, 47(88), 147-164. https://doi.org/10.17058/signo.v47i88.17396
Pinheiro, Â. M. V., Vilhena, D. A., & Santos, M. A. C. (2017). PROLEC – Provas de Avaliação dos Processos de Leitura: análise de suas características psicométricas. Trends in Psychology [Temas em Psicologia], 25(3), 1067-1080. http://dx.doi.org/10.9788/tp2017.3-08
Plaut, D. C., McClelland, J. L., Seidenberg, M. S., & Patterson, K. (1996). Understanding normal and impaired word reading: computational principles in quasi-regular domains. Psychological Review, 103(1), 56-115. http://dx.doi.org/10.1037/0033-295X.103.1.56
Provazza, S., Giofrè, D., Adams, A. M., & Roberts, D. J. (2019). The Clock Counts - Length Effects in English Dyslexic Readers. Frontiers in psychology, 10, 2495. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2019.02495
Rastle, K., & Coltheart, M. (1998). Whammy and double whammy: The effect of length on nonword reading. Psychonomic Bulletin and Review, 5(2), 277-282. http://dx.doi.org/10.3758/BF03212951
Rastle, K., & Coltheart, M. (1999). Serial and strategic effects in reading aloud. Journal of Experimental Psychology: Human Perception and Performance, 25(2), 482-503. https://doi.org/10.1037/0096-1523.25.2.482
Schuster, S., Hawelka, S., Hutzler, F., Kronbichler, M., & Richlan, F. (2016). Words in Context: The Effects of Length, Frequency, and Predictability on Brain Responses During Natural Reading. Cerebral Cortex, 26(10), 3889–3904. https://doi.org/10.1093/cercor/bhw184
Scliar-Cabral, L. (2003). Princípios do Sistema Alfabético do Português do Brasil. Editora Contexto.
Scliar-Cabral, L. (2019). Precisamos de mais de 50.000 palavras no léxico ortográfico para ler? Letras de Hoje, 54(2), 122-131. http://dx.doi.org/10.15448/1984-7726.2019.2.34510
Vilhena, D. A., & Pinheiro, A. M. V. (2016). Revised version of the Scale of Evaluation of Reading Competence by the Teacher: final validation and standardization. Universitas Psychologica, 15(4), 1-13. http://dx.doi.org/10.11144/Javeriana.upsy15-4.efvs
Vilhena, D. A., & Pinheiro, Â. M. V. (2020). Fidedignidade, Validade e Normatização do Teste de Leitura: Compreensão de Sentenças. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 36, e36325. https://dx.doi.org/10.1590/0102.3772e36325
Vilhena, D. A., Sucena, A., Castro, S. L., & Pinheiro, Â. M. V. (2016). Reading Test-Sentence Comprehension: An Adapted Version of Lobrot's Lecture 3 Test for Brazilian Portuguese. Dyslexia, 22(1), 47-63. http://dx.doi.org/10.1002/dys.1521
Wimmer, H. (1993). Characteristics of developmental dyslexia in a regular writing system. Applied Psycholinguistics, 14(1), 1-33. https://dx.doi.org/10.1017/S0142716400010122
Wimmer, H., Schurz, M., Sturm, D., Richlan, F., Klackl, J., Kronbichler, M., & Ladurner, G. (2010). A dual-route perspective on poor reading in a regular orthography: An fMRI study. Cortex, 46(10), 1284-1298. https://doi.org/10.1016/j.cortex.2010.06.004